Daniel Munduruku Pautas Indígenas

Daniel Munduruku

Lorena, SP
Entre R$ 20-30k
Português
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Escritor, editor e palestrante da temática indígena brasileira.

Daniel Munduruku é um escritor indígena, graduado em Filosofia, tem licenciatura em História e Psicologia, Doutor em Educação pela USP, e pós-doutor em Linguística pela Universidade Federal de São Carlos – UFSCar. Pertencente ao povo indígena Munduruku.

Autor de 52 livros para crianças, jovens e educadores é Comendador da Ordem do Mérito Cultural da Presidência da República desde 2008. Em 2013 recebeu a mesma honraria na categoria da Grã-Cruz, a mais importante honraria  oficial a um cidadão brasileiro na área da cultura.

Sua literatura é predominantemente voltada para o público infanto-juvenil e remonta à tradição oral indígena, compreendendo fábulas, contos e mitos de criação. Já seus textos acadêmicos abordam principalmente questões educacionais, identitárias, culturais e linguísticas do povo Munduruku.

Ativista engajado no Movimento Indígena Brasileiro, reside em Lorena, interior de São Paulo, desde 1987, cidade onde é Diretor-Presidente do Instituto Uka e do selo Uka Editorial.  Também é membro-fundador da Academia de Letras de Lorena. Foi cofundador da primeira livraria online especializada em livros de autores indígenas e promove há 20 anos, o Encontro de Escritores e Artistas Indígenas no Rio de Janeiro em parceria com a FNLIJ.

Recebeu diversos prêmios no Brasil e Exterior entre eles o Prêmio Jabuti, Prêmio da Academia Brasileira de Letras, o Prêmio Érico Vanucci Mendes (outorgado pelo CNPq); Prêmio Tolerância (outorgado pela UNESCO).  Muitos de seus livros receberam o selo Altamente Recomendável outorgado pela Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil (FNLIJ).

Em 2017 foi contemplado com o Prêmio Jabuti na categoria Juvenil. Ganhador do Prêmio da Fundação Bunge pelo conjunto de sua obra e atuação cultural, em 2018. Em 2021 concorreu à Cadeira 12 da Academia Brasileira de Letras. Em 2022 venceu o prêmio Empreendedor Social do Governo do Estado de São Paulo. Em 2023 recebeu o prêmio Mestres da Periferia, no Rio de Janeiro. Em 2023/24 atuou na novela da 21 horas da rede Globo interpretando o pajé Jurecê em Terra e Paixão.

Na escola, durante a década de 1970, Munduruku é proibido de falar sua língua original e de praticar sua cultura, além de sofrer com o preconceito e a incompreensão por parte dos não indígenas. Com o término do ensino fundamental, Munduruku segue os estudos no seminário Salesiano, com o objetivo de se tornar padre, o que o aproxima da literatura.

Ao término do seminário, o escritor deixa de lado o projeto sacerdotal e se torna professor em Manaus. Em 1987, muda-se para Lorena, em São Paulo, onde inicia sua graduação em filosofia pela Universidade Salesiana de Lorena (Unisal).

Em 1992, ingressa no mestrado em antropologia social pela Universidade de São Paulo (USP), com pesquisa sobre o povo Munduruku no contexto cultural do Alto Tapajós. Durante a pesquisa, Munduruku retorna ao seu povo, volta a dar aulas e percebe que as histórias que conta aos educandos não estão escritas. Em 1996, interrompe sua pesquisa de mestrado e publica seu primeiro livro literário, Histórias de Índio.

Aproxima-se da militância indígena em 2000, quando participa da fundação do Instituto Indígena Brasileiro para Propriedade Intelectual (Inbrapi), para atuar na defesa dos direitos autorais da produção de povos indígenas, dos conhecimentos tradicionais e no combate à biopirataria.

No ano seguinte, publica o livro Meu Vô Apolinário (2001), uma narrativa de formação em que o narrador-personagem se confunde com o autor. O primeiro capítulo do livro se chama "A Raiva de Ser Índio", que narra o bullying sofrido pelo escritor na escola. A construção de sua identidade e a valorização de sua história se dá nos encontros com seu avô, sábio curandeiro que compartilha com o neto os ensinamentos de seu povo. A superação do preconceito da autodepreciação se dá a partir da relação de amizade e respeito mútuo entre a criança e o velho.

Em 2006, Munduruku retorna à USP, desta vez na Educação. Por conta de sua experiência fora da academia, a banca de avaliação recomenda seu projeto para o doutorado direto. Sua tese de doutorado O Caráter Educativo do Movimento Indígena Brasileiro (1970-2000) é defendida em 2010.

Escrito em formato epistolar e com linguagem próxima da oralidade, o trabalho se dirige inicialmente aos “parentes indígenas”, apresentando um panorama histórico do Movimento Indígena Brasileiro em direção à autonomia e à construção de uma consciência histórica crítica em relação ao processo de colonização. A superação de uma visão eurocêntrica dessa história passa pela formação dos povos indígenas para o protagonismo na luta por seus direitos e pela afirmação da diversidade cultural e linguística desses povos, cada um com suas tradições e seus saberes ancestrais particulares.

Na literatura para adultos, publica Todas as Coisas São Pequenas, em 2008. Nesse romance, Carlos é um empresário de posses que sobrevive a um acidente de avião enquanto sobrevoa a Floresta Amazônica. Socorrido por um homem indígena chamado Aximã, Carlos adentra a cultura daquele povo, deparando-se a todo o tempo com seus próprios preconceitos diante de uma realidade desconhecida, em uma jornada de descoberta e de superação de desafios. O livro apresenta a polarização entre valores, práticas e visões de mundo de Carlos e Aximã, que têm seus destinos unidos pelo acidente.

Em 2010, Munduruku publica Karaíba: Uma História do Pré-Brasil. No romance, o protagonista é um jovem guerreiro indígena contemporâneo que precisa deixar seu povo para descobrir o significado profundo de uma profecia. O jovem, então, torna-se um mensageiro entre diferentes culturas.

Realiza o pós-doutorado em linguística na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) em 2012 e, no ano seguinte, assume o cargo de diretor-presidente do Instituto UK’A – Casa dos Saberes Ancestrais, instituição sem fins lucrativos voltada para a promoção de ações culturais e educativas nas temáticas indígenas. Munduruku atua em palestras, cursos e aulas sobre legislação e cultura, além de organizar o Encontro Nacional de Escritores e Artistas Indígenas, que acontece no salão da Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil (FNLIJ).

Reunindo dez narrativas de dez povos indígenas, publica em 2016 Vozes Ancestrais. Para a escrita desse livro, Munduruku convida representantes dos povos, recolhe suas histórias e as transcreve, observando elementos originais da linguagem oral e da sintaxe de cada povo.

Paralelamente à sua atividade profícua de escritor, Daniel Munduruku desenvolve uma militância político-pedagógica constante na formação de professores e líderes indígenas. Sua motivação para a escrita é um combate ao esquecimento da cultura indígena, uma forma de tradução dos saberes ancestrais de seu povo.

 

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